Neste último sábado, 12 de abril, o sertão deu um recado direto e sem rodeios para o crime organizado: aqui não tem mais espaço pra roça de bandido. Numa grande operação da Polícia Federal com o apoio do Grupamento de Operações em Área de Caatinga da PM da Paraíba, mais de 100 mil pés de maconha foram arrancados do chão e queimados, no que foi uma das maiores ações de erradicação de plantio ilegal no Nordeste.
Mas não pense que isso é só número. Cada pé destruído ali representa um golpe contra quem lucra com a dor alheia. A droga que seria vendida nas ruas de cidades grandes e pequenas, alimentando o vício e financiando o crime, foi tirada do mapa antes de chegar no mercado. É o tipo de operação que salva vidas – mesmo sem a gente ver de imediato.
É preciso dizer com todas as letras: o sertão não aceita mais ser esconderijo de facção nem lavoura de tráfico. O que se planta aqui tem que ser alimento, esperança, sustento digno. Quem usa o solo do sertanejo pra encher o bolso com droga tem que responder na justiça – e perder o que for preciso, inclusive a terra usada pro crime. A expropriação das propriedades envolvidas nessa operação é mais do que certa: é um aviso claro de que o Estado acordou.
Mas vamos ser realistas: o tráfico não cresce sozinho. Ele se instala onde o governo é ausente, onde falta assistência técnica, crédito agrícola, escola decente e opção de vida melhor. Tem gente que entra nesse mundo porque não vê saída. E é aí que o combate ao tráfico precisa ser mais inteligente do que só a força. Tem que ter ação social, investimento no pequeno produtor, educação de qualidade e emprego. Só assim vamos cortar o mal pela raiz.
Enquanto isso, que se continue batendo forte em quem insiste em usar a terra pra espalhar desgraça. O sertão é forte, é valente e está cansado de ser explorado por criminosos que acham que aqui é terra de ninguém. Não é. É terra de gente honesta, que trabalha, que luta e que não abaixa a cabeça pra injustiça.
A roça do crime pode até nascer no meio da caatinga, mas ela não vai florescer se o povo estiver unido com a polícia, com a justiça e com a coragem de dizer: aqui, não!