O "mito" pode virar mito mesmo — ou melhor, um ex-campeão sem farda, sem aposentadoria e sem honra militar. A ministra Maria Elizabeth Rocha, presidenta do Superior Tribunal Militar (STM), jogou luz (ou seria uma granada?) sobre o futuro jurídico de Jair Bolsonaro: caso condenado no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente poderá ser julgado pela Justiça Militar e sair sem patente e sem os R$ 12 mil mensais da reserva que hoje pesam no bolso do contribuinte.
Segundo a ministra, qualquer militar condenado a mais de dois anos na Justiça civil deve ser submetido ao crivo do STM. E o recado foi direto: "Ele poderá perder a patente de capitão", afirmou sem rodeios. Para um homem que passou décadas tentando se promover como defensor das Forças Armadas, o tombo pode ser histórico.
E não para por aí. O cerco se fecha também contra figuras como Braga Netto, Augusto Heleno e outros medalhões fardados envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado. Todos aguardam o julgamento no STF, e se as condenações forem confirmadas, o STM pode transformar generais em civis comuns com uma canetada.
Rombo na imagem e no bolso
Se a perda de patente for confirmada, Bolsonaro deixará de receber os R$ 12 mil mensais da reserva militar, uma fatia generosa dos seus ganhos, que atualmente ultrapassam os R$ 100 mil por mês — todos sustentados por dinheiro público. Para quem dizia lutar contra “mamatas”, a ironia parece ter entrado em campo com chuteiras de aço.
Capitão decadente ou justiceiro injustiçado?
Enquanto seus apoiadores mais fervorosos continuam gritando por “liberdade” em frente a quartéis vazios, a realidade jurídica é dura: o STM está pronto para cortar na carne — e a carne, neste caso, pode ter farda de capitão e discurso de mártir.
Por ora, Bolsonaro ainda ostenta a farda invisível da reserva, mas se depender da ministra do STM, essa patente pode virar apenas mais uma lembrança de um tempo em que o poder parecia eterno.