A cena é brutal, revoltante e cada vez mais comum: um homem já rendido, acuado contra a parede, é agredido com tapas no rosto por um policial militar e, em seguida, ameaçado com uma arma apontada diretamente para o seu rosto. O episódio, registrado em vídeo nas ruas de São Paulo, escancara mais uma vez a face perversa da violência policial no Brasil, uma violência que, longe de ser exceção, parece fazer parte do modus operandi de alguns agentes que agem como verdadeiros criminosos fardados.
Nas imagens, ao menos cinco homens são submetidos a uma revista policial. Um deles é alvo de ofensas e agressões físicas por parte de um PM, que, em dado momento, saca a arma e ameaça o rapaz com uma frase estarrecedora: “Tiro na cara para estragar o velório”. A frase, dita sem qualquer pudor, revela o desprezo pela vida humana e o abuso de poder cometido por quem deveria proteger e servir.
É inaceitável e repulsivo que esse tipo de conduta ainda encontre espaço dentro das forças de segurança pública. O policial que aparece no vídeo não é apenas um agente violento: é um elemento marginalizado, letal, que deve ser urgentemente expurgado da corporação. Não se trata de um "caso isolado", como costumam argumentar porta-vozes institucionais. Trata-se de um sintoma de uma cultura de violência e impunidade que precisa ser enfrentada com rigor e coragem.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou, em nota, que está analisando as imagens para a adoção das medidas cabíveis e reforçou que "não compactua com desvios de conduta" por parte de seus agentes. A nota, no entanto, soa como mais do mesmo: promessas protocolares que pouco têm contribuído para frear a brutalidade policial nas ruas.
A sociedade não pode mais aceitar a presença de agentes que transformam a farda em escudo para praticar crimes. Um policial que aponta uma arma para a cabeça de um civil rendido, que agride e humilha, não merece estar na linha de frente do combate à criminalidade. Ele é a criminalidade. E como tal, deve ser tratado.
O Espião do Sertão repudia veementemente esse tipo de conduta e defende a exclusão imediata de policiais que agem como marginais. O combate à violência não pode ser feito com mais violência e muito menos pelas mãos de quem deveria ser exemplo de disciplina, respeito e humanidade.
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