Uma confraternização que prometia ser inesquecível terminou marcada por dor e luto no município de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). Ketlyn Gonçalves, de apenas 18 anos, morreu após participar de um desafio durante uma festa em uma chácara: vencer quem ficasse mais tempo submerso na piscina.
Uma brincadeira que custou uma vida
De acordo com relatos de testemunhas, a jovem permaneceu submersa por tempo prolongado e acabou passando mal. O socorro não foi imediato. Quando Ketlyn foi retirada da água, já não havia mais o que fazer. Ela morreu ali mesmo, diante de amigos que mal conseguiam acreditar no que viam.
“Estavam brincando, rindo, e de repente tudo virou desespero. Foi uma cena que nunca vou esquecer”, contou uma amiga próxima, ainda em estado de choque.
O caso ocorreu durante a comemoração de aniversário de um amigo, que já prestou depoimento à Polícia Civil. Outras testemunhas também foram ouvidas. A polícia agora aguarda o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), que deve confirmar a causa exata da morte em até 30 dias.
Jovem sonhadora, mãe dedicada
Ketlyn era conhecida por sua alegria e dedicação à filha, de apenas dois anos, que agora crescerá sem a presença da mãe. Trabalhava como vendedora e era descrita por amigos como “uma menina cheia de vida, que não merecia um fim tão cruel”.
“Isso não era brincadeira... era uma roleta-russa. Ela não merecia esse fim”, lamentou um parente.
O médico e especialista em primeiros socorros Dr. Marcelo Antunes foi enfático ao comentar o caso. Ele explica que desafios de apneia, prender a respiração por longos períodos, representam sérios riscos à vida.
“Ficar debaixo d’água por tempo excessivo pode provocar desmaios por falta de oxigênio (hipóxia). É uma armadilha silenciosa e muitas vezes mortal. O perigo está justamente no fato de a pessoa parecer estar bem, mas colapsar sem aviso”, explicou o especialista.
Ele reforça que esse tipo de “brincadeira” deve ser evitado a todo custo, principalmente entre jovens, onde a pressão social pode influenciar decisões arriscadas.
Uma morte que poderia ter sido evitada
A tragédia de Ketlyn reacende um alerta sobre os perigos de brincadeiras extremas e da falta de supervisão em momentos de lazer. Enquanto familiares e amigos tentam lidar com a dor imensurável da perda, fica o apelo: vida não se arrisca por diversão.
Que o sofrimento dessa jovem mãe não tenha sido em vão e que sua história evite que outras se repitam.