Na manhã desta segunda-feira (21), banhistas e moradores de Canoa Quebrada, um dos principais destinos turísticos do litoral cearense, foram surpreendidos por uma cena chocante: o corpo de um homem foi encontrado enforcado na faixa de areia, em um caso que, segundo a polícia, aponta para um provável suicídio.
A vítima ainda não foi oficialmente identificada. Equipes da Polícia Militar e da Perícia Forense estiveram no local, isolaram a área e encaminharam o corpo para exames técnicos. As circunstâncias da morte estão sendo investigadas.
Apesar do choque local, o caso não é isolado. Pelo contrário: ele se soma a uma triste estatística que vem crescendo de forma alarmante no Brasil. O suicídio. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registra mais de 14 mil casos por ano, o que equivale a uma média de 38 pessoas tirando a própria vida por dia.
Silêncio institucional diante de uma tragédia crescente
Especialistas apontam que fatores como depressão não tratada, falta de acesso à saúde mental, pressão econômica e isolamento social estão entre as principais causas dessa epidemia silenciosa. Ainda assim, o tema segue cercado de estigmas, e o poder público tem falhado em implementar políticas de prevenção eficazes, especialmente nas periferias e no interior do país.
"O suicídio é uma tragédia evitável. Mas, para isso, é necessário romper o silêncio e tratar o assunto com seriedade. Precisamos de mais investimentos em saúde mental, campanhas de conscientização e apoio psicológico gratuito", afirma a psicóloga social Amanda Queiroz, em entrevista ao Espião do Sertão.
Um chamado à responsabilidade
O caso de Canoa Quebrada é um grito de socorro em meio ao descaso. É preciso romper o tabu, discutir o problema com responsabilidade e cobrar ações concretas. O suicídio não pode mais ser um número em relatórios — ele precisa ser tratado como o que é: uma emergência de saúde pública.
Se você está passando por momentos difíceis, não hesite em buscar ajuda. O CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece atendimento gratuito e sigiloso pelo número 188 ou pelo site www.cvv.org.br.